As três pequenas princesas viviam cercadas de mimos, criadas e
brinquedos à sua disposição, sempre tratadas como jóias raras e frágeis
e, obviamente, nunca saíam do castelo. Sequer podiam passear pelas ruas
da pequena vila vizinha. O castelo possuía professores de todas as
artes, de tal forma que elas aprenderam tudo sobre música erudita, artes
plásticas, teatro, artes manuais, dança e artes culinárias, ficando,
todas, exímias em tudo isso. Além disso, todos os dias eram levadas até
as escolas onde estudavam outras princesas do mesmo nível social e
econômico delas, enfim, viviam sua vida como verdadeiras princesas
deviam viver.
No castelo, havia muitas janelas, e, à noite, quando acabavam de
chegar da escola das princesas, as três brincavam juntas e, muitas
vezes, subiam as escadas para fugir um pouco das criadas até a sala de
jogos e, de lá, por uma janela, podiam avistar uma das ruas da vila,
onde as crianças pobres brincavam e se divertiam felizes.
Nas noites de sábado, o rei e a rainha ocupavam o auditório do
castelo para ver as suas lindas princesas apresentarem-se e mostrar
quanto eram exímias musicistas, declamadoras e dançarinas. Nestas
noites, elas recebiam muitos elogios pelos progressos efetuados,
recebiam beijos e abraços calorosos e era um momento muito esperado por
elas.
O que os reis não sabiam é que, apesar de toda educação, cultura e proteção que as princesas recebiam, faltava-lhes a alegria de brincar com outras crianças da mesma idade e o momento mais importante do dia delas era quando elas olhavam as crianças da vila brincando felizes na rua.
Assim ocorreu durante muitos anos até as princesas atingirem os seus quinze anos, conforme a tradição, podiam escolher o seu destino, se desejassem estudar em outro reino, podiam até mesmo trabalhar em uma das atividades permitidas às princesas como assistência aos mais pobres, artistas em companhias conceituadas do império, professoras em uma das escolas para princesas.
A princesa mais velha, ao fazer quinze anos, decidiu trabalhar numa instituição de caridade de um reino distante e passou longos anos longe de casa ajudando os pobres, os doentes e desvalidos.
A princesa do meio, ao fazer quinze anos, decidiu lecionar em uma escola para princesas, onde ficou por muitos anos.
A princesa mais nova, ao fazer quinze anos, tendo feito balé por toda a vida, decidiu entrar na Companhia de Balé do Reino, onde dançou por muitos anos.
A mais velha casou-se com o príncipe daquele reino distante. A do meio, em poucos anos, conheceu um príncipe, casou-se e teve muitos filhos. A mais nova, tão bela quantos as outras, não se casou porque rejeitara muitos príncipes que lhe foram apresentados, para que pudesse continuar dançando. Um dia, tragicamente, num passo em falso durante um ensaio, pisou de mau jeito e quebrou o pé esquerdo. O médico lhe disse que ela nunca mais poderia dançar e, como estivesse solteira, retornou ao castelo paterno mas, a esta altura, o rei já havia morrido e sua mãe, sonhando que um dia ela encontraria um belo príncipe, esforçou-se para construir-lhe um belo castelo cobrando mais impostos da população, fazendo negociatas duvidosas com outros reinos e vendendo a produção do povo, deixando-o sempre em situação de fome.
Acontece que os príncipes da idade da princesa do meio já estavam todos casados e não havia nenhum disponível nas redondezas e nem nos países mais distantes.
Um dia, esta princesa saiu a passear pela vila que ela avistava de longe quando era criança e caminhava por aquelas ruas, lembrando-se das vezes em que não podia descer do castelo e ir para a rua brincar e, ao sentar-se no banco da praça para ler, um belo homem sentou-se ao seu lado e começou a conversar com ela. Era um plebeu trabalhador da oficina de sapatos da vila.
Passaram a encontrar-se com frequência.
Assim ocorreu durante muitos anos até as princesas atingirem os seus quinze anos, conforme a tradição, podiam escolher o seu destino, se desejassem estudar em outro reino, podiam até mesmo trabalhar em uma das atividades permitidas às princesas como assistência aos mais pobres, artistas em companhias conceituadas do império, professoras em uma das escolas para princesas.
A princesa mais velha, ao fazer quinze anos, decidiu trabalhar numa instituição de caridade de um reino distante e passou longos anos longe de casa ajudando os pobres, os doentes e desvalidos.
A princesa do meio, ao fazer quinze anos, decidiu lecionar em uma escola para princesas, onde ficou por muitos anos.
A princesa mais nova, ao fazer quinze anos, tendo feito balé por toda a vida, decidiu entrar na Companhia de Balé do Reino, onde dançou por muitos anos.
A mais velha casou-se com o príncipe daquele reino distante. A do meio, em poucos anos, conheceu um príncipe, casou-se e teve muitos filhos. A mais nova, tão bela quantos as outras, não se casou porque rejeitara muitos príncipes que lhe foram apresentados, para que pudesse continuar dançando. Um dia, tragicamente, num passo em falso durante um ensaio, pisou de mau jeito e quebrou o pé esquerdo. O médico lhe disse que ela nunca mais poderia dançar e, como estivesse solteira, retornou ao castelo paterno mas, a esta altura, o rei já havia morrido e sua mãe, sonhando que um dia ela encontraria um belo príncipe, esforçou-se para construir-lhe um belo castelo cobrando mais impostos da população, fazendo negociatas duvidosas com outros reinos e vendendo a produção do povo, deixando-o sempre em situação de fome.
Acontece que os príncipes da idade da princesa do meio já estavam todos casados e não havia nenhum disponível nas redondezas e nem nos países mais distantes.
Um dia, esta princesa saiu a passear pela vila que ela avistava de longe quando era criança e caminhava por aquelas ruas, lembrando-se das vezes em que não podia descer do castelo e ir para a rua brincar e, ao sentar-se no banco da praça para ler, um belo homem sentou-se ao seu lado e começou a conversar com ela. Era um plebeu trabalhador da oficina de sapatos da vila.
Passaram a encontrar-se com frequência.
A princesa se apaixonou, o plebeu também. Fizeram planos.
Infelizmente, não houve tempo de realizá-los. O plebeu, coitado, morreu de febre, contraída na vila, devido às péssimas condições de higiene mantidas pelo poder dominante, representado nesta linda história pela rainha que se recusava a melhorar a condição de vida dos aldeões.
A princesa então casou-se com um rei que ficara viúvo e foi morar em outro castelo onde, frequentemente, visitava a oficina de sapatos para encontrar-se com outros plebeus com quem passava alguns momentos bastante íntimos sempre que desejava.
Às vezes o rei descobria e mandava matar aquele com ela se deitava. Mas isso era um problema que estava só na cabeça dele.
Infelizmente, não houve tempo de realizá-los. O plebeu, coitado, morreu de febre, contraída na vila, devido às péssimas condições de higiene mantidas pelo poder dominante, representado nesta linda história pela rainha que se recusava a melhorar a condição de vida dos aldeões.
A princesa então casou-se com um rei que ficara viúvo e foi morar em outro castelo onde, frequentemente, visitava a oficina de sapatos para encontrar-se com outros plebeus com quem passava alguns momentos bastante íntimos sempre que desejava.
Às vezes o rei descobria e mandava matar aquele com ela se deitava. Mas isso era um problema que estava só na cabeça dele.